Entrevista a Sofia Duarte
A atleta tem estado em evidência desde a sua chegada em 2018.
No clube desde 2018, Sofia Duarte tem sido uma das atletas em ascensão, conseguindo alcançar várias medalhas nacionais e o recorde distrital de juniores nos 800m, durante este curto espaço de tempo.
Estivemos à conversa com ela para perceber qual o seu balanço deste período no clube e os seus objetivos para o futuro.
- Estás no JV desde 2018, o que mudou desde então?
Entrar para o JV foi um marco muito importante para mim desportivamente. Eu estava num clube pequeno, mais virado para as classes de iniciação e por isso treinava sozinha e não tinha propriamente um treinador, quem me acompanhava era o meu pai, que fez/faz triatlo durante grande parte da sua vida.
Em 2018 ia entrar para a universidade, não era por isso que queria deixar o atletismo, mas sim pela falta de motivação que sentia, não tinha nenhum colega de treino, não falava com ninguém que estivesse por dentro do desporto, nem sequer sabia que existia Campeonatos de Clubes.
Quando entrei para o JV realmente senti que fazia parte de uma equipa. Pela primeira vez tive um treinador especializado e um grupo de treino. Continuo a fazer 80% dos treinos sozinha (devido à distância), mas agora tenho objetivos e razões para melhorar.
- Terminaste esta época de inverno em grande forma, que balanço fazes desta fase da época?
Esta época em pista coberta foi um pouco estranha, começou bastante fraca e não foi propriamente melhorando gradualmente. No nacional de Juniores fiquei em 3ºlugar nos 1500m e quando cheguei aos Campeonatos de Portugal, eu já não senti pressão nenhuma e consegui, inesperadamente (para mim pelo menos) fazer 2’12” aos 800m, retirando quase 3 segundos ao meu recorde pessoal de ar livre. Uma semana depois fui Campeã Nacional de 800m nos Campeonato Nacional de sub-23.
- Tens tido resultados interessantes nos campeonatos nacionais, chegando ao título nacional junior no ano passado e ao título nacional sub23 na presente época desportiva, ambos de forma inesperada. Como explicas estes momentos de superação?
Isto é quase uma questão genética, tanto eu como o meu pai temos esta característica. Eu consigo fazer muito melhor nas provas do que nos treinos, não consigo explicar isto, acho que se deve à minha capacidade de sofrimento.
- Quais as tuas perspetivas para a época de ar livre?
Assim que fiz os 2’12”, fui logo ver a Marca de Qualificação para o Campeonato do Mundo de Juniores, e fiquei surpreendida porque não me pareceu nada impossível. No entanto, agora que o calendário foi cancelado, caso haja provas na época de verão gostaria de obter pódios nacionais, baixar dos 2’10” aos 800m e no mínimo baixar dos 4’35” aos 1500m, que tem sido uma tarefa mais complicada do que seria de esperar.
- Quais os teus objetivos para o futuro?
O meu objetivo mais imediato será provavelmente os Campeonatos da Europa de Sub23 em 2021. Em termos de futuro, não sei, não tenho propriamente planos a longo prazo. Estou-me a “deixar ir com a onda”, tento dar o meu melhor e vejo onde isso me leva.
Um agradecimento à Sofia pela disponibilidade e votos de uma boa época desportiva!