Entrevista a Evelise Veiga e os seus voos para os maiores palcos mundiais.
A saltadora com formação no clube é uma das referências nacionais no salto em comprimento e triplo salto.
Uma atleta relevante na história mais recente do clube, Evelise Veiga destacou-se entre 2012 e 2017 com a camisola do Juventude Vidigalense. Alcançou vários recordes distritais e um recorde nacional, registou seis internacionalizações (terceira mais internacional da história do clube) e arrecadou quinze títulos nacionais individuais.
Estivemos à conversa com a Evelise para saber mais sobre as melhores recordações e o seu crescimento no clube.
- O que te levou a ingressar no Juventude Vidigalense?
Eu sempre sonhei com os grandes palcos, embora o Centro Social Paroquial Paulo VI me tenha dado bases, precisei de sair da minha zona de conforto e procurar melhores condições de treino. Tive a sorte dos técnicos do Juventude Vidigalense terem mostrado interesse em ajudar-me a crescer e ir em busca desse sonho. Eu agarrei a oportunidade que me foi dada e eles cumpriram com a promessa de me fazer crescer, fui internacional, tornei-me numa das melhores saltadoras portuguesas e acabei por chegar a um clube de referência internacional como o Sporting, onde já me sagrei campeã da Europa coletivamente.
- Que importância teve clube no teu crescimento?
Neste meu curto percurso tive a sorte de me cruzar com a minha atual treinadora, que sempre procurou incutir-me bons valores, de forma a que não me tornasse só uma boa atleta, mas também um bom ser humano. Tive oportunidades competitivas e visibilidade que não tinha tido anteriormente.
- Quais as melhores recordações com a camisola do clube?
Tive momentos muito felizes no Juventude Vidigalense. É difícil escolher, mas se tiver de destacar alguns, começo pela primeira vez que bati um recorde nacional, não apenas pelo recorde, mas porque me deu acesso à Marca de Qualificação para o Campeonato do Mundo de Juvenis. Guardo com especial carinho o meu contributo para o segundo lugar histórico da equipa na Final da I Divisão e para o título nacional coletivo de juniores. Mas para além das conquistas desportivas, recordo a forma como me acolheram no clube, o ambiente nas competições e a união entre os atletas, treinadores e diretores.
- Tendo em conta o contexto atual, tens conseguido manter o nível de treino e o mesmo foco?
Sim, embora esteja um pouco limitada, tenho feito grande parte do treino em casa. Com a ajuda do Juventude Vidigalense e da Federação Portuguesa de Atletismo consegui ter as condições possíveis para que o meu treino não sofra grandes alterações. Apenas saio para fazer algum trabalho mais técnico, mas apenas em curtos períodos para respeitar as normas de segurança.
Embora os Jogos Olímpicos tenham sido adiados e haver alguma incerteza em relação ao Campeonato da Europa, tenho estado focada em trabalhar bem para eu estar na melhor forma possível quando voltarmos às nossas rotinas.
- Quais os teus conselhos para os jovens atletas?
Valorizem aquilo que vos é dado, há atletas no mundo a treinar com muito menos do que vos é proporcionado pelo clube. Foquem-se sempre nas coisas positivas e tirem sempre o melhor partido de algo menos bom, pois é isso que vos fará chegar longe e atingir os vossos objetivos. Ouçam os vossos treinadores, pois eles mais do que ninguém querem o melhor para vocês. Devem dar o vosso melhor todos os dias, não só nos treinos, mas em tudo o que façam. Sejam exigentes com vocês mesmos e procurem sempre a perfeição, é isso que diferencia um bom atleta de um atleta de elite. Para terminar, não tenham medo de sonhar.